8 de Março: mais que uma data, um movimento pela igualdade
- Pedro Emerenciano

- 8 de mar.
- 3 min de leitura

Quando o calendário marca o 8 de março, não é um dia de simples comemoração, mas uma data que carrega séculos de luta, suor e conquistas. Se você acha que o Dia Internacional da Mulher se resume a flores ou hashtags, talvez seja hora de repensar seu significado e dar mais valor ao legado que ele representa.
Os enredos do 8 de março
O 8 de março não surgiu da noite para o dia, muito menos com uma intenção romântica ou superficial. O início dessa jornada se deu em 1908, quando 15 mil mulheres marcharam pelas ruas de Nova York exigindo direitos básicos, como uma jornada de trabalho mais justa, salários dignos e, claro, o direito de votar. A partir daí, o movimento tomou forças. Foi um grito de coragem que reverberou em um mundo que ainda engatinhava nas questões de igualdade.
Clara Zetkin, mulher à frente de seu tempo, deu um passo ousado em 1910 ao propor que a luta das mulheres fosse simbolizada globalmente. Sua ideia se concretizou em 1911 com o primeiro Dia Internacional das Mulheres, e o movimento só ganhou força ao longo dos anos. A data, mais do que uma simples lembrança, se transformou em um poderoso ato de resistência, onde as mulheres não apenas celebram suas vitórias, mas também reivindicam seus direitos.
A escolha do 8 de março não foi um acaso. Ela foi forjada a partir de uma revolução, literal e figurativamente. Em 1917, as mulheres russas, em meio à Primeira Guerra Mundial, tomaram as ruas exigindo “pão e paz”. A manifestação foi o estopim para a queda do Czar e, quatro dias depois, o governo provisório concedeu o direito de voto às mulheres. Esse episódio, conhecido como a Revolução de Fevereiro, marcou a data no calendário, estabelecendo o 8 de março como um marco no movimento feminista.

Em muitos cantos do mundo, o roxo é a cor do Dia Internacional da Mulher. Mas você sabia que essa cor não foi escolhida por acaso? O roxo, em sua essência, simboliza justiça e dignidade. Essas cores – roxo, verde e branco – nasceram em 1908, com a União Social e Política das Mulheres do Reino Unido. Cada uma delas carrega uma mensagem clara: a luta é por um futuro de esperança (verde), por justiça (roxo) e por igualdade (branco, apesar de controverso em alguns contextos). Usar essas cores é mais do que um gesto simbólico; é uma forma de afirmar que a luta das mulheres é contínua e urgente.
O papel da CUT: voz das trabalhadoras
Embora o 8 de março seja comemorado por mulheres em todo o mundo, no Brasil, ele também carrega um peso histórico significativo. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) sempre foi uma grande aliada na luta por direitos igualitários para as mulheres, especialmente no âmbito trabalhista. Desde a sua fundação, a CUT tem se destacado por suas ações em favor das mulheres trabalhadoras, garantindo um espaço ativo e respeitoso nas discussões sobre igualdade de salários, combate ao assédio no trabalho e o direito à proteção contra a violência de gênero.
Nos últimos anos, a CUT tem direcionado seus esforços para questões ainda mais específicas, como a promoção de políticas públicas voltadas para as mulheres, em especial as negras, indígenas e periferias. Como referência em movimentos de mulheres, a CUT continua sendo uma plataforma crucial para que as trabalhadoras sejam ouvidas e seus direitos respeitados.
Como a data é celebrada?
Embora o Dia Internacional das Mulheres tenha uma origem de protesto, ele não deixou de ser também uma data de celebração. Afinal, quando pensamos em todas as vitórias que as mulheres conquistaram, temos muitos motivos para festejar. No entanto, é também uma oportunidade de refletir sobre os avanços que ainda são necessários para alcançar a verdadeira igualdade.
Em países como a Rússia, flores se tornam símbolo de um dia em que as mulheres não são apenas celebradas, mas também reconhecidas em sua luta. Já na China, muitas mulheres têm direito a meio dia de folga, enquanto em países como a Itália, o Dia da Mulher é celebrado com a entrega de botões de mimosa, uma tradição que remonta ao pós-guerra. No Brasil, as ruas se tornam palco para protestos, eventos culturais e palestras que trazem à tona o debate sobre a violência de gênero e os direitos das mulheres.
Por meio dessas manifestações, a data vai além da simples lembrança: é um convite à ação. Porque a luta pela igualdade de direitos não termina no 8 de março. Ela é contínua, diária e precisa ser alimentada por cada um de nós, todos os dias.
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